Com a participação de 42 Grupos econômicos, representando mais de 70% dos associados, a ABRADIC realizou sua Assembleia Geral Ordinária de 2018, em 21 de novembro, no Hilton Hotel, em São Paulo. Ao abrir o evento, o presidente da Associação, Sergio Maia, destacou a importância do diálogo e da interatividade que caracterizam o encontro, visando à discussão das demandas da Rede e à preparação dos planos para 2019. “O negócio Jeep alcançou um bom desempenho neste ano, na média, mas ainda temos dificuldades para resolver com a ajuda de todos”, afirmou.
Na sequência, Roberto Figueiredo, diretor da ABRADIC, apresentou as realizações de 2018 em pós-vendas. A primeira conquista que abordou foi a evolução do valor médio da mão de obra de garantia, que passou de R$ 145, no primeiro semestre de 2017, para R$ 188, no segundo semestre de 2018. Outro ganho que destacou foi o bônus trimestral de peças, que começou a ser pago no segundo trimestre deste ano, quando chegou a 2,82% em relação ao faturamento da Rede. No terceiro trimestre, ficou em 2,38%. “Tivemos, em média, R$ 500 mil por mês de pagamento de bônus que não existia”, ressaltou.
Em relação aos pagamentos dos processos de OFPs, Figueiredo lembrou que ainda faltam R$ 13,7 milhões, do total de R$ 21,1 milhões definidos no acordo com a FCA, acrescentando que está em estudos uma mudança no processo de devolução das peças para evitar a geração de pendências financeiras para a Rede. Na evolução do fill rate relativo aos pedidos de peças, ele apontou que houve queda da faixa de 90% para 85%, devido a problemas de atendimento em algumas regiões, mas subiu para 89,2%, em novembro. Nos casos de carros com B.O’s de peças, as linhas caíram de 17,5 em janeiro para 12,9 em setembro. Mesmo assim, observou que é preciso acelerar a troca do veículo e dar mais autonomia para o gerente regional resolver o problema do cliente.
Figueiredo também informou que a média nacional do CSI de pós-venda, considerando o período de janeiro a novembro deste ano, ficou em 81,52%, e que a ABRADIC negociou com a montadora a redução da meta de 93% para um nível mais factível de 85%. Já a média nacional do Índice de Absorção evoluiu de 34,9%, ao final de 2017, para 40,7%, de janeiro a agosto deste ano, conforme apresentou.
Como temas concluídos junto à montadora, em 2018, Figueiredo ressaltou a mudança do Plano de Manutenção, que passou a considerar o período de doze meses como prazo, além da quilometragem, a partir dos modelos 2019; a garantia para a Rede de markup de 87% para o óleo de motor usado nas revisões periódicas; e a inclusão de troca de óleo para fins de IRPV.
Finalizando, Figueiredo indicou os assuntos que estão em discussão com a montadora: interferência nas vendas de atacado; valor da mão de obra da primeira revisão & MVP; handling de peças aplicadas em garantia; política para scrap e recompra de peças obsoletas; Express Lane; loja Mopar no Mercado Livre; definição das regras para utilização do PRIM; retirada do recall da base das pesquisas de CSI.
Avanços em vendas
A seguir, Eduardo Meneghetti, vice-presidente da ABRADIC, expôs os principais avanços na área de vendas, como a redução de 60% no custo de carregamento de estoques, que passou de 1,47%, no primeiro semestre de 2016, para 0,6% em 2017 e 2018, trazendo ganhos de rentabilidade para a Rede. Outro fato da maior relevância, de acordo com ele, foi a definição de uma estrutura de vendas exclusiva para a Jeep. “Agora, aguardamos a separação da área de pós-vendas e mais foco ao atendimento de importações de veículos”, completou. Também destacou a redução de versões que, no caso do Renegade, passou de 17 para 6, simplificando os estoques e as escolhas dos clientes, além do reposicionamento de preço do modelo.
Em outra frente, para ajudar a Rede a obter maior eficiência na conversão de leads, Meneghetti ressaltou a implantação do projeto Digital Dealer Marketing (DDM), com a participação de 20 grupos econômicos. Com a iniciativa, a taxa de conversão subiu de 4,57%, em 2017, para 6,84%, de janeiro a junho de 2018. No entanto, conforme alertou, há uma grande oportunidade de crescimento, pois houve muitas perdas devido à não identificação no CRM, não atendimento no prazo ou negociações que não se concretizaram. “Para ampliar esse aproveitamento, precisamos avaliar e melhorar o encaminhamento dos leads nas Concessionárias”, orientou.
Adesão à Nova Corsia
Em sua apresentação, Sergio Maia concentrou esforços na abordagem do Programa de Gerenciamento de Pedidos e Estoques (Nova Corsia), que entrou em total funcionamento em 2018. Ele mostrou que, dos 129 pontos de digitação homologados, 37 lojas não digitaram 80% de sua cota de pedidos, em setembro. Em outubro, foram 51 e, em novembro, 44. Dessa forma, o total de veículos disponibilizados no Focus, em 14 de novembro, era de 3.215, sendo 2.576 pela central e 639 pela Rede. Diante disso, ele alertou as Concessionárias para as perdas de bonificação variável que estão sofrendo, como penalização pelo não cumprimento da regra.
Maia também reforçou que somente com a utilização das ferramentas haverá um pleno desenvolvimento da Nova Corsia, por isso é tão necessária a participação de todas as Concessionárias. “Temos o melhor sistema para a encomenda de carros, mas precisa ser usado por todos para atingir um nível de funcionamento adequado. Sem isso, não vamos evoluir no seu aperfeiçoamento”, enfatizou. Philip Derderian, diretor-executivo da ABRADIC, acrescentou que é importante que os Dealers informem os problemas para a Associação, que poderá ajudá-los na busca de soluções junto à montadora.
Encerrando sua apresentação, Maia relatou que a ABRADIC realizou uma primeira reunião com a FCA, em julho, para discutir a elaboração de regras para que os Dealers possam utilizar os recursos do fundo criado pela montadora. “Estamos avaliando o transbordo periódico do fundo para a conta de livre movimento e seu uso em Capex e outros investimentos da Rede na marca”, explicou.
Outros assuntos
A Assembleia teve continuidade, com a aprovação de contas e da abertura de uma empresa comercial pela ABRADIC. Os participantes também concordaram com a adesão da Associação ao processo movido pela Fenabrave para que o IBAMA suspenda a cobrança de taxa das Concessionárias por comparação a postos de gasolina.
Foram comunicadas, ainda, as seguintes mudanças: nova designação dos cargos de diretores, que se tornam vice-presidentes; composição da diretoria do Conselho apenas por titulares das Concessionárias; e renovação dos conselheiros, de acordo com a identificação da regional por números pares ou ímpares, em anos alternados.
No final da Assembleia, foi aberto espaço para que os Dealers pudessem expor e discutir suas dificuldades. A necessidade de busca de equilíbrio entre a produção de veículos e a demanda e a forte atuação da montadora no atacado foram algumas das preocupações manifestadas.
Eleição da nova diretoria
Durante a Assembleia Geral Ordinária da ABRADIC, foi realizada também a eleição dos integrantes do Conselho Nacional e da nova diretoria para o biênio 2019-2020. Com uma única chapa inscrita, Paulo Toniolo Jr., do Grupo DVA (SC), foi eleito para a presidência, tendo como vice-presidente Riguel Chieppe, do Grupo Vitória Motors (ES).
Toniolo, que foi o primeiro presidente da ABRADIC, anunciou que pretende dar continuidade ao trabalho que vem sendo realizado pela atual diretoria. “Temos um processo de construção de uma Rede com muito sucesso, que tende a crescer. Vamos manter esse nível de conversa e discussão com a montadora, que é muito bom e contribuiu para passarmos pela turbulência do mercado de forma equilibrada”, enfatizou.
A nova diretoria, que assumirá suas funções à frente da ABRADIC em janeiro de 2019, será composta por:
Presidente Paulo Toniolo Jr. Grupo DVA (SC)
Vice-presidente Riguel Chieppe Grupo Vitória Motors (ES)
Diretor Eduardo Meneghetti Grupo Marajó (PR)
Diretor Roberto Figueiredo Grupo Via Sul (PE)
Diretor Luiz Teixeira Grupo Newsedan (CE)
Diretor Alessandro Maia Grupo Caltabiano (SP)
A composição do Conselho ficou da seguinte forma:
Região Norte – conselheiro Djalma Bezerra Neto – Grupo Way
suplente Artur Duarte – Grupo Raviera
Região Nordeste – conselheiro José Elias Tajra Sobrinho – Grupo Jelta
suplente Edmundo Cardoso de Souza Filho – Grupo Cambuí
Região Sudeste – conselheiro Luiz Flávio Pentagna Guimarães – Grupo Bonsucesso
suplente Ricardo De Stefan – Grupo Stecar
Região Centro-Oeste – conselheiro Eduardo Carlota – Grupo Domani Prime
suplente Flávio Guimarães Porto – Grupo Ravel
Região Sul – conselheiro Thiago Bortoncello Nahas – Grupo Iesa
suplente André Frare – Grupo Divesa