Para ampliar a visão e o conhecimento dos profissionais das Concessionárias sobre a importância da marca, a convenção de lançamento do Renegade 2019 contou com uma palestra de Fred Gelli, professor da PUC/RJ, além de cofundador e diretor da Tátil Design de Ideias, responsável pela criação dos símbolos Olímpico e Paralímpico da Rio 2016. Com experiência de 28 anos em design de produto e gráfico, ele mostrou que marcas clássicas e icônicas, como a Jeep, são construídas ao longo do tempo e têm em comum o posicionamento em uma categoria diferenciada, o que é resultado de uma alquimia complexa.
Essa alquimia, segundo Gelli, envolve persistência e sustentação das principais características da marca, pois ela não nasce clássica. Ele mencionou como exemplo a Artemide, que chegou ao mercado italiano com uma proposta de design diferenciado para luminárias, mas vendeu apenas mil peças no primeiro ano. Seis anos depois, alcançou 80 mil unidades e depois chegou a 2,5 milhões, tornando-se a mais vendida da Itália.
Também predominam na composição de marcas clássicas os conceitos de harmonia, proporção e beleza. “A beleza deve ser compreendida como a expressão da verdade, conforme definiu Santo Agostinho. A harmonia vem da relação com a natureza, que é muito usada nas artes e na construção”, explicou Gelli. Ele lembrou que o primeiro Jeep não foi desenhado para ser bonito. Por isso, sua beleza vem da verdade que o originou como um utilitário para transpor qualquer terreno na guerra.
A atemporalidade é outro fundamento relevante das marcas clássicas, que podem ser muito antigas, mas se mantêm atuais. Esse aspecto está relacionado com a preservação de suas características essenciais e com o equilíbrio do design, que se diferencia por um DNA geométrico e a menor interferência possível de detalhes desnecessários, conforme explicou Gelli. Ele citou como exemplo o formato da garrafa de Coca-Cola, que se transformou num ícone de embalagem, podendo ser identificada apenas pelo toque.
É fundamental ainda para a construção de marcas clássicas, segundo Gelli, a consistência do discurso, com boas narrativas e coerência, reforçando sempre seus valores e diferenciais. “Uma narrativa consistente precisa ser baseada em princípios como simplicidade, familiaridade e autenticidade”, recomendou, acrescentando que é necessário também criar uma conexão emocional das pessoas com a marca.
Como resultado da combinação de todas essas premissas, marcas icônicas conseguem se manter conectadas com sua origem e, ao mesmo tempo, adotar características contemporâneas. “As pessoas percebem a força de sua história, pois sempre existe algo de sua origem presente nos produtos”, orientou Gelli.